sábado, 26 de fevereiro de 2011

Expresso Turístico CPTM - O circuito das frutas - Jundiaí e Região.


Há tempos eu e minha esposa planejávamos uma viagem no trem histórico da CPTM, que oferece três destinos diferentes... Paranapiacaba, Mogi das Cruzes e Jundiaí. Optamos por este último e dentre as várias opções de roteiro, escolhemos o roteiro rural, também conhecido como roteiro das frutas, para que pudéssemos visitar algumas adegas e fazendas produtoras de vinho, além de visitar algumas fazenda de frutas.


A viagem há tanto planejada realizou-se hoje (26/02/11) e nos surpreendemos com a organização da logística do passeio, desde a saída da estação da Luz até a chegada na estação de Jundiaí e as visitas às fazendas.


Quando chegamos à estação da Luz às oito horas da manhã, o trem já estava lá e também uma infinidade de turistas que fariam o mesmo passeio. Muitos tiravam fotos, alguns conversavam admirados sobre o passeio que ainda estava por se realizar. Uma equipe de jornalismo da tv USP também apareceu para entrevistar alguns viajantes para saber quais eram as motivações que levavam as pessoas a terem embarcado nessa viagem.


À entrada do trem, fomos acolhidos por dois funcionários bem simpáticos e sorridentes, que conversavam, brincavam com todos os viajantes, a respeito de algumas curiosidades do trajeto ou do trem.


O trem partiu pontualmente às 8h30, horário que estava de fato marcado no bilhete, e a partir de então, até chegarmos em Jundiaí foi uma bela aula de história. Com muitas curiosidades a respeito de São Paulo como também das cidades vizinhas, como por exemplo, o fato de muitas estações terem ainda o aspecto de quando foram inauguradas devido ao tombamento histórico que receberam do Condephaat.


Ao chegarmos em Jundiaí, fomos recebidos pela guia Maria Inês, mulher muito carismática, que nos conduziu até um micro-ônibus e começou a explanar sobre a história da cidade de Jundiaí e sobre alguns monumentos, curiosidades, aspectos pitorescos, fazendas, o surgimento do circuito das frutas tendo como membros dez cidades da região etc.


Nossa primeira parada foi na Adega Beraldo di Cale, onde conhecemos a Dona Solange, que nos deu uma verdadeira aula de história sobre imigração italiana, tendo como foco a imigração de sua própria família, que veio para o Brasil em 1905 para trabalhar nas fazendas de café, e que a partir da crise da bolsa de valores de 1929 em Nova York e com a queda da produção do café em São Paulo, passaram a investir em uvas para produzirem vinhos. Após a aula de história da imigração italiana, começou uma verdadeira aula sobre a produção de vinhos e todas as etapas necessárias, focalizando principalmente o processo de fermentação. Em seguida, passamos à degustação dos variados tipos de vinho que a fazenda produz, além de deliciosos queijos. Provamos também da Grappa, uma cachaça que segundo o funcionário da adega, chega a ser duas vezes mais forte que uma vodca.


Após saírmos da adega, fomos direto ao restaurante para uma pausa para o almoço... E aqui foi o único problema que encontramos no passeio. A pausa foi de duas horas, o que fez com que a visita seguinte a uma fazenda de frutas na cidade de Itatiba, o sítio São José Tapera Grande, se desenrolasse de maneira apressada, sem que pudessémos aproveitar com mais liberdade e conhecer melhor todas as árvores frutíferas do sítio e suas respectivas peculiaridades. No entanto, apesar do tempo escasso no sítio, o nosso anfitrião, Seu Roberto, tratou o grupo com muita elegância e bom humor, explicando sobretudo os diferentes tipos de caquis existentes. Seu Roberto, que vive no sítio há 54 anos depois de nos conduzir até as frutas num pequeno passeio, nos fez degustar deliciosas geleias produzidas à base das frutas do seu sítio.


Depois, devido ao tempo perdido na hora do almoço, tivemos de voltar às pressas à estação de Jundiaí, para que não perdessêmos o trem de volta a São Paulo.


Enfim, um passeio que valeu a pena... Tomamos vinhos, saboreamos frutas, aprendemos história, conhecemos pessoas que tem experiências de vida que merecem ser compartilhadas, pois são, de certa forma, histórias de superação, por se tratarem de filhos de imigrantes.


Recomendamos o passeio... E aconselhamos... levem bastante dinheiro, pois há muitas coisas para se comprar, e as fazendas ainda não aceitam cartão, nem de débito nem de crédito.


Juliano Vieira e Julita Braga

sábado, 12 de fevereiro de 2011

CISNE NEGRO


Dos dez filmes que concorrem ao oscar 2011, só vi quatro deles, mas isso não me impedirá de torcer ardorosamente pelas categorias de melhor filme e melhor atriz. O filme em questão é Cisne Negro, e a atriz, Natalie Portman, atriz que há muito tempo já venho acompanhando a carreira, em filmes como Em qualquer outro lugar, Free Zone, Entre Irmãos, A outra, Um beijo roubado, Viagem a Darjeeling. Closer e notado sua evolução como intérprete e sua transformação numa grande atriz. A própria Natalie já declarou em entrevistas que não aceita fazer qualquer papel, e que analisa muito bem todas as propostas antes de assinar para algum filme.


No caso do filme Cisne Negro, a entrega de Natalie para a composição da personagem, uma dedicada bailarina de uma companhia de dança, beira à obsessão, ainda mais se formos levar em conta as aulas de balé que fez para aprimorar seus passos, a seriedade com que frequentava os sets de filmagens, se isolando num canto, e só se relacionando com outros atores durante os momentos de filmagens, como se estivesse de fato a incorporar a perturbada bailarina.


O filme, de um modo geral, nos mostra como uma artista em busca da perfeição se dedica de corpo e alma à arte e como tal dedicação pode influenciar negativamente na construção de determinados personagens.


A vida da bailarina Nina Sayers parece normal até o momento em que o diretor de arte, Thomas, da companhia de balé na qual trabalha resolve levar ao palco uma nova temporada do balé O lago dos Cisnes, com uma versão atualizada, em que uma mesma dançarina deverá representar o cisne branco, que representa a pureza, e também o seu lado obscuro e impulsivo, o cisne negro.


Aproveitando a aposentadoria forçada da principal estrela da companhia de balé, Beth, interpretada por Winona Ryder, Nina pleiteia o papel principal e se julga capaz de interpretá-lo, justamente por ser uma artista obstinada e que está o tempo todo ensaiando para melhorar suas performances. No entanto, Thomas acha que ela é capaz apenas de dar vida ao Cisne Branco, por ser uma menina meiga, frágil, doce e duvida de sua capacidade de interpretar o Cisne Negro, com todas as suas impulsões destrutivas.


Com receio de perder o papel, Nina, começa a ter alucinações, delírios, e passa a ter atitudes extremamente paranóicas, sobretudo quando chega uma nova bailarina na companhia, que ela pensa que quer tomar o seu lugar de estrela. Lily, a nova bailarina servirá também como um escape sexual, visto que Nina apresenta uma sexualidade reprimida. O interessante é que, nós espectadores, praticamente não sabemos quais são os momentos de lucidez ou de delírios da personagem.


Para completar, a mente de Nina é cada vez mais afetada também pela superproteção da mãe (Barbara Hershey), uma bailarina frustrada que teve de abandonar a carreira para se dedicar à maternidade.


Em certos momentos, o filme lembra os trillers psicológicos e chegamos mesmo a nos assustar, principalmente com a transformação degradante de Nina em um cisne, marcadas pelas passagens em que ela dilacera a própria pele repleta de feridas ou com os seus dedos grudando uns nos outros.


É de bom tom ressaltar que Natalie Portman não brilha sozinha neste filme, os atores que as circundam também estão perfeitos. Vincent Cassel como o diretor de arte que busca não a perfeição e a técnica da dança mas a dança por paixão e instinto, de modo que soa o tempo todo arrogante por cutucar o excesso de primor em suas dançarinas. Em relação ao fato de ele se envolver com elas, poderiam ser levantadas algumas questões. Seria este envolvimento por amor à arte, para que suas aspirantes a estrelas vivam uma paixão arrebatadora e leve este impulso ao palco ou apenas para se aproveitar de artistas frágeis e debilitadas por tantos ensaios.


Mila Kunis também poderia ser indicada por uma performance de coadjuvante, pois nos poucos momentos em que aparece em cena, é uma perfeita antagonista de Nina. O que esta tem de destrutiva e amargurada, aquela tem de alegria e espontaneidade e é uma constante ameaça à Nina.


Cisne Negro é o coroamento de um filme que tinha tudo para passar apenas em circuitos alternativos, mas que devido à indicação ao oscar está sendo exibido em salas mais comerciais, propiciando a um tipo de público não acostumado a filmes ditos de "arte" a terem contato com uma grande obra, e perceberem que ela não é nenhum bicho de sete cabeças, basta entrar no jogo, e viajar na mente esquizofrênica da personagem.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O TURISTA



Apesar de um roteiro fraco e pífias atuações do casal de protagonistas, O turista vem dividindo opiniões entre os críticos das mais diferentes formações.

Alguns dizem que Johnny Depp e Angelina Jolie, mesmo sendo grandes atores e querendo trabalhar juntos pela primeira vez não tiveram química suficiente e suas atuações foram consideradas aquém do que normalmente eles são capazes de interpretar, pois foram prejudicados por uma direção insegura de Floriel Von Donnersmarck (A vida dos outros).

Outros já alegam que a despeito de atuações fracas, o filme é bom, porque faz uma brincadeira com os filmes de espionagem, revisitando o gênero de uma forma bem-humorada.

Mas por fim, o Turista não passa de um filme em que devemos nos relaxar para brindar duas horas de puro lazer dentro do cinema e curtir a maravilhosa fotografia de Paris e Veneza, (cidades onde se passa o filme) charmosas por natureza a receber o charme de Angelina Jolie, tornando-as ainda mais belas.

Em relação à trama, o enredo é simplista (embora alguns digam que esteja cheio de reviravoltas) e nada plausível, dir-se-ia até óbvio demais, beirando mesmo ao pastelão, o que pode até ser o motivo de ter deixado Depp pouco à vontade no papel, embora ele esteja acostumado a fazer tipos ingênuos e caricatos.

O Turista conta a história de Elise Ward (Jolie) que recebe um bilhete de seu marido, Alexander Pearce, para que ela pegue um trem com destino a Veneza e lá escolha alguém que tenha um físico aparentado com o dele, que fez uma operação plástica e mudou a configuração do seu rosto, pois está sendo procurado pela polícia assim como por um bando de gângsteres a quem ele aplicou um golpe milionário.

Assim, Elise, escolhe o professor de matemática Frank Tupelo (Depp) para despistar a Interpol, mas sem saber que o seu marido também está sendo procurado por um mafioso americano que se cerca de capangas russos.

A partir desse mote, inicia-se uma história de caça e caçador, com situações também dignas de filmes de aventuras, mas aí nesse ponto a falta de plausibilidade toma conta do filme, sobretudo quando vemos um professor de matemática se sair bem e com muita desenvoltura de todas as confusões nas quais ele é enredado.

Para encerrar, não deixem de assistir ao filme por conta de algumas críticas negativas que ele vem recebendo, ainda mais se você for fã de Johnny Depp ou Angelina Jolie, e se mais que isso, você for fã de cinema, do tipo que acha que todo filme é bem-vindo, por pior que ele seja, aí então você não poderá perdê-lo mesmo... terá ao menos duas horas de riso e diversão garantida.
Juliano Vieira

sábado, 5 de fevereiro de 2011

37. ed. Festival Cinesesc Melhores Filmes







Estão abertas as votações do público para a 37ª edição do Festival SESC Melhores Filmes. A partir de hoje, o internauta ajuda a escolher os filmes e artistas que se destacaram em 2010. Os longas-metragens mais votados farão parte da programação do Festival SESC Melhores Filmes, que chega à telona a partir de 5 de abril. E o melhor: o seu voto vale desconto de 50% no ingresso de qualquer título em cartaz no CineSESC.
A votação é dividida nas seguintes categorias: melhor filme, diretor, fotografia, atriz e ator nacional; e melhor filme, diretor, atriz e ator internacional. Cada participante pode votar uma vez e seu cupom de esconto será enviado para o e-mail informado pelo internauta.Qual história lhe emocinou no ano passado? Qual filme deixou saudade e merece bis? A escolha é sua.
Participe!


Como perceberam a mensagem acima foi copiada do site do cinesesc. E eis as escolhas que fiz.

MELHOR FILME NACIONAL - A SUPREMA FELICIDADE, de Arnaldo Jabor

MELHOR DIREÇÃO - ANA LUIZA AZEVEDO, por Antes que o mundo acabe

MELHOR ATOR - MARCO NANINI - A suprema Felicidade

MELHOR ATRIZ- ANA LUCIA TORRE - Reflexões de um liquidificador

FOTOGRAFIA - PEDRO FARKAS - O sol do meio dia.


Na votação nacional não houve surpresas, visto que já havia votado para esses mesmos artistas quando da ocasião da retrospectiva do cinema nacional 2010, em dezembro...


Quanto à votação internacional... Um dos melhores filmes que vi nos últimos anos foi o italiano Vincere, razão de ter escolhido o diretor Marco Belocchio, a atriz Giovanna Mezzagiorno e o ator Filipo Timi para figurarem no meu panteão cinematográfico de 2010.

Ah... Aconselho a todos vocês que votem, pois assim vocês poderão imprimir um cupom de desconto de 50% válido até o dia 28 de abril de 2011.

A mostra começa no dia 5 de abril de 2011.

Que venha mais filmes a brilhar diante de nossas retinas.

E o que é melhor... esse ano a mostra não será realizada apenas na capital paulista, mas acontecerá simultaneamente em outras quinze cidades do estado...
Juliano Vieira

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA



A peça DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA, ganhadora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor espetáculo do ano de 2010 continua em cartaz no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil) até o dia 6 de fevereiro.

A peça chama a atenção não somente por ser a adaptação de um clássico homônimo do cinema, dirigido por Sidney Lumet, mas pelo excesso de personagens no palco. São 12 atores a interpretar os doze jurados que precisam dar uma sentença unânime para que um garoto acusado de matar o próprio pai seja levado à cadeira elétrica.

Interessante notar que todos os atores têm seus momentos de destaque, e nenhum deles tem acesso de estrelismo tão sintonizados estão com a trama, o que vale dizer que os intérpretes vestem tão bem a pele das personagens que o resultado é o de uma verdadeira orquestra sob a batuta do regente diretor Eduardo Tolentino de Araujo, do Grupo Tapa.

A direção é tão bem conduzida que a despeito do excessivo número de personagens em cena, a vista dos espectadores não se cansa, pois tudo no palco é bem distribuído e organizado, sem poluição visual, e o olhar do espectador sempre se voltará para as ações mais intensas dos personagens, e este olhar, às vezes, poderá desviar-se do foco para reparar em outras pequenas reações ou momentos de outros personagens.

Doze homens e uma sentença é uma peça que prima pela palavra, é um exercício de argumentação, persuasão, convencimento do outro, já que doze jurados estão trancados numa sala para decidir o destino de um jovem que deverá ser condenado à morte. O exercício de retórica começa justamente quando um dos jurados, o jurado n.8 (eles não apresentam nomes, são apenas números e descobrimos suas posições sociais à medida que a peça vai avançando) diz ser contrário à pena de morte por não ter certeza da culpa do garoto, ou na linguagem empregada por ele, uma dúvida razoável da culpabilidade, sendo assim, não poderá mandar ninguém à morte.

A partir daí, as palavras e as posições sociais de quem as proferem terão um peso enorme no veredicto final. O primeiro a mudar de opinião sobre o veredicto é o jurado n.9, vivido por José Renato, o ator mais velho em cena, o que corrobora para dar credibilidade ao jurado n.8, interpretado de forma magistral por Norival Rizzo. Genézio de Barros, como jurado n.3 e Riba Carlovich como jurado n.10 são os mais reticentes em relação à inocência do garoto e a todo instante apresentam um tom exaltado, raivoso. E ao final do espetáculo descobrimos porque o jurado n.3 se revela o principal antagonista do jurado n.8.

Os jurados 7 e 12 pouco se importam com o destino do garoto, o primeiro só quer que todos concordem logo na inocência ou culpabilidade porque quer logo ir embora dali para assistir a um jogo de baseball, ao passo que o segundo vê na ocasião uma possibilidade de fazer marketing para vender seus produtos.

Nesse embate de palavras entre pessoas das mais diferentes formações, idades e classes sociais é o exercício de plena democracia que predomina, visto que a palavra é dada a todos, e todos têm a chance de expor e manifestar seus pontos-de-vista e persuadir seus semelhantes acerca de suas verdades.

Completam elenco Brian Penido Ross – jurado 1; Ricardo Dantas – jurado 2; Oswaldo Mendes – jurado 4; Augusto César – jurado 5; Marcelo Pacífico – jurado 6; André Garolli – jurado 7; Eduardo Semerjian – jurado 11; Ivo Muller – jurado 12 e Fernando Medeiros – oficial.

Juliano Vieira

COMO TREINAR O SEU DRAGÃO





Nos últimos anos a qualidade dos filmes de animação vem aumentando progressivamente, e isso pode se verificar tanto nos enredos quanto nos efeitos especiais, sobretudo em suas versões 3D.

Tal evolução não passou incólume diante dos olhares dos críticos da Academia Cinematográfica de Hollywood, que no ano de 2010 indicaram a animação UP – ALTAS AVENTURAS à categoria principal de melhor filme, ao lado de Avatar, de James Cameron e Guerra ao Terror, sendo que este último acabou por levar a estatueta.

No entanto, ser indicado ao mesmo tempo para melhor longa de animação e melhor filme (caso de UP- ALTAS AVENTURAS em 2010 e TOY STORY 3 em 2011) é, enfim, reconhecer os méritos e a grandeza de quem faz este espetáculo para as crianças sem se esquecer dos adultos que as levam para o cinema.

Como treinar o seu dragão, que fez um relativo sucesso em nossas salas de exibição, também comparecerá à cerimônia do Oscar 2011 na categoria de melhor longa de animação, embora com mínimas chances de vencer, visto que o seu concorrente direto é Toy Story 3, indicado também a melhor filme... Não obstante, a animação O MÁGICO, do mesmo diretor de As bicicletas de Belleville pode surpreender e tirar a estatueta dos dois desenhos favoritos.

Como treinar o seu dragão narra uma história que se passa na pacata ilha de Berk onde seus habitantes vikings sofrem com a perturbação da paz quando são atacados por dragões, o que faz com que eles se tornem exímios matadores de dragões para garantir à sobrevivência.

Dentro desse contexto viking se destacará o garoto Soluço, com toda sua sensibilidade e fragilidade a contrastar com todos os outros habitantes da ilha, que se revela não ser um matador de dragão para decepção de seu pai, Stóico, chefe da população viking e homem mais forte da Ilha de Berk.

Como se não bastasse, num dos ataques de dragões à ilha, tentando mostrar o seu valor como viking, Soluço acerta um Fúria da Noite, dragão temido a tal ponto que sequer figura no catálogo de classificação de dragões. Ao ir ao encontro do dragão atingido, Soluço principia uma amizade sem precedentes na história entre homens e dragões e que acarretará no destino e mudança de toda uma cultura da civilização viking e sua convivência com os cuspidores de fogo.

É importante destacar que embora pareça um desenho feito para meninos, as meninas também poderão se identificar com a história, já que a personagem Astrid parece ter sido criada para que um romance em potencial se instale entre ela e o protagonista e para que no fim ambos superem as desavenças e fiquem juntos a viver seu amor juvenil em toda plenitude.

Por fim, Como treinar o seu dragão é um desenho que reflete perdas e ganhos, pois se Soluço consegue modificar o pensamento e a cultura do seu povo, por outro lado, tal sucesso resultou na mutilação de uma de suas pernas em batalha. Batalha esta que não apenas deve ter servido como ritual de uma mudança cultural para outra, mas também como rito de passagem do menino ao homem e seu amadurecimento.

JULIANO VIEIRA