Eu nem sei ainda por que insisto em assistir a filmes do gênero, já que sei que não vou gostar. Talvez seja pela ânsia de ver tudo que está em cartaz na cidade. Ou ainda pode ter sido pelo fato de o filme ter por protagonista o ator Anthony Hopkins, de quem admiro o trabalho desde o já clássico O silêncio dos inocentes.
Mas enfim, lá estava eu na sessão no shopping Tamboré, assitindo a mais um filme sobre exorcismo. O diferencial desse para os outros é que a sinopse diz que o roteiro foi baseado em fatos reais. Talvez até seja mesmo.
O filme não chega a ser terror, não assusta ninguém, e é um festival de más interpretações, ou no mínimo, interpretações limitadas, incluindo aí a de Alice Braga, que dá vida a uma jornalista que quer fazer um artigo sobre o fenômeno do exorcismo.
Michael Kovak, vivido por Colin O'Donoghue (um fraco desempenho) trabalha na funerária de seu pai preparando corpos para serem velados, quando surge a opção de ir estudar por quatro anos num seminário tornar-se padre. Quando percebe que não tem vocação alguma para seguir a religião devido ao seu extremo ceticismo, ele recebe uma proposta para ir a Roma estudar rituais de exorcismo, e assim não ter que reembolsar o dinheiro da bolsa que a igreja católica lhe concedeu durante os quatro anos de seminário.
Quando o curso começa e o Padre responsável percebe toda a descrença de Michael, ele o apresenta a Padre Lucas, (Anthony Hopkins), um dos mais respeitados exorcistas do mundo. E aí o conflito íntimo se instala pois Michael começa a presenciar cenas sobrenaturais que sua mente racional não consegue processar. Como podem perceber, um papel de carga dramática complexa foi entregue a um ator sem expressão alguma.
Outra situação que contribui de forma negativa no filme é que já virou clichê sempre ter uma mulher possuída pelo demônio e se contorcendo toda. Esse filme em particular me lembrou até o clássico de Roman Polansky, O bebê de Rosemary, pelo fato de a moça possuída estar grávida. Mas não há analogia entre um e outro, foi apenas uma lembrança evocada mesmo.
Em tempo... o filme não disse a que veio. E Anthony Hopkins, ultimamente, por mais que seja um grande ator, tem deixado a desejar a aceitar fazer filmes como O lobisomem e O ritual. Ou está precisando de dinheiro ou está sendo muito mal-assessorado por seu agente.
Juliano Vieira
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