segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Experiência de Leitura de História em Quadrinhos


Muitos ainda dizem que a leitura de histórias em quadrinhos afasta as crianças da literatura canônica, dos bons livros, dos clássicos consagrados, enfim, apresentam um discurso completamente apocalíptico sobre o fato de os jovens não se interessarem mais por leitura e muitas vezes culpam as histórias em quadrinhos que esses jovens liam quando crianças.

Felizmente, esse discurso equivocado embora ainda existente tem diminuído bastante, e o preconceito outrora sofrido pelas HQ's já não é tão impactante assim. Basta olhar e ver as inúmeras dissertações e teses que vêm sendo feitas sobre sua linguagem no meio acadêmico, que era o meio por excelência desse discurso preconceituoso que se fazia expandir na sociedade.

Como não pretendo escrever um artigo científico sobre leitura de histórias em quadrinhos e sim compartilhar a minha experiência de leitura em relação a esse gênero não me estenderei mais no aspecto histórico que fundamentou e ainda fundamenta (em alguns casos) essa difamação que os quadrinhos sofrem por total desconhecimento das pessoas em relação à linguagem empregada por eles. (quadrinhos).

Aprendi a ler por volta de cinco ou seis anos de idade, e é inegável que os quadrinhos contribuíram para que eu me tornasse o bom leitor que hoje sou. Lembro-me muito bem dos inúmeros gibis da Turma da Mônica que minha mãe comprava para mim, além de comprar gibis do Recruta Zero para que eu tomasse gosto pela leitura... e de fato tomei, e hoje tenho um carinho especial, especialmente pelo gibis da turminha criada pelo Mauricio de Sousa e mesmo depois de adulto, continuo comprando e fazendo uma imensa coleção, inclusive com todas as edições especiais lançadas para que meu filho um dia possa usufruir desse mesmo prazer que eu sinto ao realizar estas leituras.

Claro que com a maturidade adquirida pelo tempo, passei a ler outros tipos de quadrinhos, como por exemplo, as graphic novels produzidas por Frank Miller, Will Eisner e Alan Moore, só para citar três nomes dos mais importantes da área, mas sem nunca abandonar aqueles que me formaram como leitor... Não tenho vergonha (como acho que muitos devem ter) de confessar que leio gibis da Mônica ou lê-los em lugares públicos. Além de aprendizagem, é uma ótima fonte de entretenimento, e todas as crianças deveriam tomar contato (se não podem comprar devido ao elevado preço de capa, que pelo menos possam ler nas bibliotecas das escolas onde estudam).

Enfim, minha experiência leitora, como puderam perceber, passa pelas revistinhas da Turma da Mônica na década de 80, que eu considero o auge das historinhas produzidas pelos estúdios MSP, mas a minha sorte é maior ainda porque se peguei o auge na década de 80 também particpei ativamente das leituras das revistinhas produzidas na década de 90 e nos primeiros anos do século XXI, sem contar que a produção da década de 60 e 70 que não conheci por não ser nascido, estou tendo a honra (assim como outros leitores assíduos) de conhecer devido ao lançamento das caixas históricas e diversos lançamentos especiais promovidos pela Editora Panini que promoveu um dos maiores sucessos editoriais do mercado de quadrinhos no Brasil nos últimos anos... A turma da Mônica Jovem.

Que a turminha então possa ainda existir por muito tempo e alegrar a vida de muitas outras crianças despertando o interesse delas para outros tipos de leituras assim como aconteceu comigo.

E para encerrar, a prova de que o discurso apocalíptico sobre o caráter destrutivo dos quadrinhos é completamente uma balela... basta ouvir as declarações dadas pelo ganhador na categoria poema das Olimpíadas de língua portuguesa no ano de 2010...( o menino Fábio Henrique Silva Anjos) que seu gosto pela leitura vem...
dos quadrinhos. *

*Conforme se lê no blog dos quadrinhos.

Juliano

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