sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DESENROLA






De uns tempos para cá, o cinema nacional tem retratado em suas temáticas o universo dos adolescentes e três filmes soam emblemáticos nesta nova fase: Os excelentes As melhores coisas do mundo, Antes que o mundo acabe e Os famosos e os duendes da Morte.
O filme Desenrola, de Rosane Svartman, que tinha tudo para seguir o mesmo caminho de êxito dos três filmes anteriormente citados, acaba por patinar em seu fraco enredo e mais se enrola durante uma hora e meia de projeção do que desenrola de fato.
Não que as atuações do elenco sejam ruins, pelo contrário, cada adolescente escalado para o filme defende com muita graça e propriedade suas personagens, e muitos deles podem se tornar bons atores com um pouco mais de estudo, caso da protagonista Olivia Torres.
Desenrola é a história de Priscila, uma adolescente de 16 anos que quer aproveitar a viagem da mãe (Cláudia Ohana) para perder a virgindade. E ela faz de tudo para conseguir seu intento, até que por fim consegue e percebe que sua pressa não era necessária, pois ao mesmo tempo que perdeu a virgindade e deixa de se sentir uma estranha perante às outras meninas, se dá conta de que fez com a pessoa errada (Kayky Brito) e se arrepende e não terá mais chance de mudar o ocorrido.
A linguagem juvenil é apropriada para o filme, já que o seu público-alvo é este, no entanto, o enredo extremamente banal e superficial, de uma menina que quer a todo custo perder sua virgindade parece ser uma apologia para que as garotas iniciem suas relações sexuais cada vez mais cedo, mesmo que não exista nenhum tipo de sentimento pela pessoa que ela escolha para desvirginá-la.
Muitos outros temas são tratados de forma rasa, como a iniciação sexual masculina, a gravidez na adolescência, a exposição da intimidade na web etc...
Os adolescentes poderão gostar muito do filme, já que seu universo é abordado de forma bem realística (por mais que piadas sem graça apareçam no decorrer do filme). Além disso, agora as meninas poderão dizer às suas mães que elas já tiveram 16 anos e que também já foram jovens para que possam justificar uma sexualidade precoce. (ou induzida pelo turbilhão de imagens erotizadas a que somos expostos no dia a dia).
Mas uma pergunta fica no ar... Por mais que os jovens pensem com frequência na primeira vez, será que eles também não pensam em outros assuntos pertinentes à sua faixa etária? O filme dá a entender que eles pensam em sexo o tempo todo, sem aberturas para outras vivências, e partindo desse pressuposto, o filme poderá desagradar aos adultos que já passaram por esta fase e já viveram todos esses dilemas.
Reflexão número 2: Será que o filme conseguiu com sua mensagem quebrar o tabu da virgindade entre as jovens? Ou este tabu já foi quebrado há muito tempo e o filme é apenas uma banalização do sexo?
Em tempo... O papel de Juliana Paes como a tia de Alfenas - MG está completamente deslocado no contexto do filme... e Pedro Bial é um professor passando um trabalho? Ou é Pedro Bial passando instruções para uma nova prova do líder do Big Brother Brasil?
Juliano Vieira

Almas à venda



Confesso que nunca gostei do ator Paul Giamatti, desde que vi um de seus filmes A dama na água, de M. Night Shiamalan. Todavia, a interpretação que ele faz dele mesmo no filme Almas à venda merece reconsideração de minha parte sobre sua maneira de atuar.


Paul Giamatti é um ator sóbrio, sem excessos e talvez por isso desagrade a muitos, inclusive a mim, pois estamos acostumados a pensar que as boas atuações se fazem a partir de expressões faciais exageradas, como se os atores dissessem: - Olha como trabalho bem fazendo cara de coitado, olha como trabalho bem fazendo cara de tapado... etc...

Atuar é saber dosar as expressões de acordo com cada sentimento que a personagem vivencia.
Mas falemos do filme em que Paul Giamatti surpreende.

Almas à venda é um filme que tem um enredo para lá de absurdo, pois aborda o tráfico de almas. Isso mesmo... Vocês leram bem... Tráfico de almas.

Paul Giamatti está angustiado e completamente acabado, cansado de tudo e não consegue dar vida ao personagem Tio Vânia, da peça homônima de Anton Tchecov. Em virtude de tanta angústia, ele procura uma clínica cuja especialidade é fazer a extração de almas para que seus pacientes não sintam tanto o peso delas e possam levar uma vida feliz e sem culpa. No entanto, algo sai errado Paul estranha que a sua alma tenha o formato de um grão de bico.

Além disso, a extração da alma de Paul em nada aliviou os seus problemas pessoais e profissionais, pelo contrário, fez com que aumentassem.

Então, para melhor interpretar Tio Vânia, Paul retorna à clínica de extração de alma, que também oferece um serviço de aluguel de almas e aluga a alma de um poeta russo. Cansado também da alma do poeta russo, Paul quer recuperar sua alma e descobre que a alma foi levada embora para Rússia por uma mulher chamada Nina, que trabalha para uma organização criminosa daquele país traficando almas de todos os tipos de pessoas. A mulher do patrão de Nina, uma linda mulher aspirante a atriz e sem nenhum talento para interpretação é quem pede a alma de um ator americano para que possa ter uma presença mais marcante em suas atuações para novelas locais. Paul se alia então à Nina para que possa retomar sua alma, já que não se conforma que ela foi tomada “emprestada” para que vá viver no corpo de uma atriz que se dedica à novelas.

O filme não é de difícil de digestão, mas uma mínima desviada de atenção pode fazer com que se perca o fio do entendimento, até mesmo porque há momentos em que não sabemos se Paul está enredado num mundo de sonhos em busca de sua alma ou se ele está vivenciando todos os eventos de forma bem real.

Um filme de fato diferente, inteligente e com boa condução de Sophie Barthes e Andrij Parekh. Além de Paul Giamatti, o elenco conta com a participação de David Strathairn, Dina Korzun e Emily Watson.


Juliano Vieira

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

AS FLORES DA ILHA




O curta metragem Ilha das Flores, do diretor gaúcho Jorge Furtado, é um verdadeiro exercício de reflexão sobre o círculo vicioso do sistema capitalista, sobretudo daquele que se convencionou chamar de Capitalismo Selvagem.


O filme, que se pauta por sutis denúncias da monstruosidade desse sistema, que chega ao absurdo de colocar seres humanos em último lugar na escala de prioridades, simplesmente por eles não darem lucros pelo fato de não serem propriedade privada de ninguém, retrata de forma exemplar a animalização das pessoas.

A narração emblemática de Paulo José permite-nos captar as ironias que vão sucessivamente desfilando pelas imagens e a refletir sobre o contraste de como um lugar chamado Ilha das Flores pode ser o oposto daquilo que seu nome sugere.

Em Ilha das Flores, um dos aspectos que mais chamam a atenção é a repetição de que o ser humano tem o teleencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor, o que lhe propicia a capacidade de raciocínio, embora nem sempre o ser humano use a seu favor... a depender do ponto de vista.

É lícito ainda questionar ao término da projeção do curta-metragem, se as flores da ilha não são os porcos que, bem alimentados, serão abatidos e vendidos para fazer girar o ciclo do capital e retornar na forma de lucro para seus donos.

O filme, em si, é tão bem construído em todas as escolhas, que até a trilha sonora, baseada em O guarani, de Carlos Gomes, ajuda a construir o sentido, ainda mais quando lembramos que esse trecho da ópera se popularizou no programa A voz do Brasil, e aí reside, talvez, a mais fina das ironias, pois, justamente, os moradores da Ilha das Flores não tem voz, nem vez...

Juliano Vieira

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Uma introdução à História do Comando Vermelho












Você sabe como se iniciou o Comando Vermelho?

A conhecida facção Comando Vermelho nasceu no fim dos anos 1970 em meio ao regime político do militarismo.

Várias gangues controlavam os presos do Instituto Cândido Mendes, a Falange Zona Sul, a Falange do Coréia, mas uma delas se destacava, a Falange Jacaré. Suas lideranças vinham do bairro Jacarezinho e outros bairros da Zona Norte do Rio de Janeiro.

Responsável por grande parte das mortes da cadeia, a Falange Jacaré praticava violência sexual com rotina e estava sempre pronta para exigir os alimentos trazidos pelas famílias para os detentos.

Entre 1978 e 1979, uma nova falange aparece com força total e ideais diferentes, a Falange Vermelha, que dizia defender a paz na cadeia e o bem-estar coletivo, tornando-se o nacionalmente conhecido Comando Vermelho.

A organização criminosa, que hoje representa uma das principais ameaças à Segurança Pública Nacional, teve sua origem provocada pela própria Lei de Segurança Nacional.

Pela nova redação da Lei os dois grupos: assaltantes comuns de bancos e militantes políticos teriam o mesmo tratamento, o julgamento por tribunais militares e o confinamento em presídios comuns. O objetivo era desqualificar qualquer pretensão dos presos políticos em obter o seu reconhecimento como um grupo diferenciado.

Os presos políticos logo se organizaram para tornar a vida na prisão menos dura, a coletividade era mais importante que o individual e com este pensamento tornaram-se fortes, passando a negociar com a direção do presídio.

O uso de tóxicos e o jogo eram proibidos, ordens que também eram acatadas pelos presos comuns, que eram minoria.

O roubo de um relógio de um preso político por um detento comum acabou afastando os dois grupos. Os subversivos deram uma surra no ladrão e aproveitaram para pedir à direção do presídio o isolamento dos presos comuns e adquirir o estatuto de grupo diferenciado.

A direção do presídio acatou e logo muros foram construídos na galeria para separar os presos políticos dos demais “Lei de Segurança”.

Em 1975 e 1976 os presos políticos foram transferidos para unidades do Rio de Janeiro para ficarem mais perto de suas famílias.

Os presos comuns continuaram no isolamento e aprenderam com os presos políticos a reivindicarem seus direitos. O Falange Vermelho, grupo formado por presos comuns, logo entrou em conflito com o Falange Jacaré, que foi praticamente aniquilado em 1979.

O Falange Vermelha estava longe de ser movido apenas por ideais altruístas, o dinheiro arrecadado pelos presos beneficiava mais os líderes, principalmente no que diz respeito às fugas. Os negócios ilícitos da cadeia, as drogas e o jogo já não eram proibidos e financiavam a facção, tornando-os uma força ditatorial. Os opositores do Falange Vermelha eram inimigos chamados “alemão”.

Confrontos aconteceram com outras facções dentro e fora do presídio fortalecendo ainda mais o Falange Vermelha.

A violência se alastrou pelas demais cadeias, vários presos morriam em nome de um comando geral por parte das facções.

Após várias mortes e acontecimentos que já fugiam ao controle da direção de vários presídios finalmente chegaram à conclusão de que os mandantes do Falange Vermelha deveriam ser exilados e assim veio a decisão de confinar a liderança do Falange Vermelha na Ilha Grande, no entanto, um acontecimento precipitou a decisão.

Na madrugada do dia 8 de novembro, de 1983, os falangistas, que estavam abrigados no presídio Milton Dias Moreira, organizaram a tentativa de fuga. Frustrada em parte a tentativa de fuga levou no dia seguinte, 10 de novembro, de 1983, 36 presos para a Ilha Grande.

Com o objetivo de ser simplista, resumi apenas uma parte da história do Comando Vermelho, facção criminosa que ainda lidera no Rio de Janeiro o tráfico de drogas e outros ilícitos penais.

Quem tiver maior interesse na história desse grupo poderá ler a obra de Julita Lemgruber e Anabela Paiva, A dona das chaves: Uma mulher no comando das prisões do Rio de Janeiro. E para aqueles que amam a sétima arte, o filme 400 contra 1: Uma história do crime organizado, de Caco Souza, com Daniel de Oliveira encabeçando o elenco. E não parando por aí o livro de William da Silva Lima, um dos fundadores da organização criminosa, Quatrocentos contra um, uma história do Comando Vermelho.

Julita Braga.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

De pernas pro ar.


DE PERNAS PRO AR.

Quem ainda não viu que corra logo, então, para ver o novo fenômeno de bilheteria do cinema nacional: De pernas pro ar, de Roberto Santucci, que traz no elenco as atrizes Ingrid Guimarães e Maria Paula como protagonistas, secundadas por Bruno Garcia, Antônio Pedro e Denise Weinberg.

Com um enredo para lá de simples, o filme conta a história de Alice (Ingrid Guimarães), uma empresária especialista em marketing viciada em trabalho e que, por conta desse vício, vai pouco a pouco entrando em crise com o marido (Bruno Garcia).

Após uma malfadada apresentação de uma nova estratégia de marketing para a venda de brinquedos, Alice perde o emprego e resolve culpar sua vizinha de apartamento, Marcela (Maria Paula), pois descobre ser ela a dona da caixa de produtos eróticos (trocada por engano) que minou a sua explanação diante de potenciais clientes.

Depois de algumas pequenas rusgas entre as duas vizinhas de apartamento, Alice repensa sua vida e resolve pedir desculpas à Marcela, nascendo daí não apenas uma grande amizade, mas também um grande empreendimento em sociedade batizado de Sexdelícia... E logo as vendas dos produtos da sex shop passam a fazer sucesso em todo o Brasil.

Embora o tema principal do filme seja a busca do prazer através do consumo de produtos eróticos, ou seja, a carga de apelo sexual é muito forte, é importante notar que em momento algum do filme há cenas de nudez ou cenas de sexo, e a única cena desse gênero (se podemos assim chamar) acontece de forma sugerida com rangidos de cama balançando.

Outra prova de que o apelo sexual do filme ao mesmo tempo em que quer se escancarar parece também querer se conter é a cena em que Alice é levada pela primeira vez a um sex shop para escolher um “brinquedinho” para que possa ter um orgasmo de verdade, já que até aquele momento ela não tinha experimentado tal prazer sexual, a ponto de descrevê-lo toda inibida como uma descida de montanha-russa. E a leveza da situação é que a nossa heroína escolhe um coelhinho no lugar dos inúmeros vibradores que tem à sua disposição, configurando toda a carência da personagem, talvez muito mais afetiva do que sexual.


Com uma atuação memorável de Ingrid Guimarães (mesmo que exagerada em algumas circunstâncias nas caras e bocas), o que de certa forma traz toda a energia do filme e sua graça, De pernas pro ar também pode funcionar como uma ótima terapia da gargalhada, pois rimos sem cessar das situações estapafúrdias em que a protagonista se envolve, assim como também pode prestar um grande serviço a muitos casais que queiram apimentar suas relações com jogos e brincadeiras usando produtos eróticos de uma sex shop. Seja qual for o caso, vale o preço do ingresso.

Juliano Vieira




terça-feira, 18 de janeiro de 2011

King Chicken


Antes da primeira sessão cinematográfica do ano... (fui ver o fenômeno De pernas pro ar no cinema do Shopping Metrô Itaquera)... Um pulinho para abastecer o estômago no delicioso King Chicken. Delicioso? Ô gente... Será que vocês não perceberam que é ironia. O lugar teve a desfaçatez de colocar até ovo frito no meio do hambúrguer... e nem era X-egg. Mas da próxima vez já sabemos... Vamos no concorrente. Bebelu... Alguém já ouviu falar? Pois corram, na compra de um lanche vocês poderão ganhar uma linda coleção das bonequinhas das meninas superpoderosas...


É por isso que eu digo... é sempre melhor enfrentar as duas horas de fila do McDonalds...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O GOLPISTA DO ANO: Drama ou comédia?





O filme I Love you Philip Morris, traduzido aqui no Brasil para O golpista do ano, talvez possa ser considerado a película mais polêmica que estreou no ano passado no que concerne ao cinema de entretenimento.

Sob direção de Glen Ficararra e John Requa, o filme conta a história de Steven Russel, interpretado por Jim Carrey e seus inúmeros crimes de estelionato, ou popularmente falando, golpes que ele pratica para levar uma vida confortável e plena de luxos. Daí talvez decorra o fato de o título em português ser O golpista do ano.

Steven Russel é um cidadão exemplar, casado, tem uma filha e trabalha para como policial no estado norte-americano do Texas. Nem bem passa vinte minutos de projeção e descobrimos que Steven apenas se tornou policial para tentar localizar o paradeiro de sua verdadeira mãe que o entregou à adoção quando ele ainda era uma criança.

Ao descobrir o paradeiro de sua mãe biológica e ir ao encontro dela, Steven é novamente rejeitado. Sai então em disparada com o carro e sofre um grave acidente que mudará o rumo de sua vida. A partir desse momento, em pequenos flashes-backs, temos a revelação de que Steven é gay e que toda sua vida até ali fora uma mentira.

Após se recuperar do trauma do acidente, Steven resolve assumir quase que publicamente sua nova condição e para isso se separa da mulher e assume que agora quer ser feliz para que possa viver a sua verdadeira vida... a de homossexual.

Mas não é bem isso o que acontece. Para arcar com os altos-custos que a vida de gay ocasiona, Steven passa a aplicar pequenos golpes que o levarão à prisão. Lá, ele conhece Philip Morris, interpretado por Ewan McGregor, e uma paixão avassaladora se instaura entre os dois.

Steven sai da prisão e continua dando golpes. Dessa vez, assume até mesmo a identidade de um falso advogado para libertar Philip do cárcere e assim poderem viver juntos. Quando finalmente consegue a liberdade de Philip, Steven passa a trabalhar numa empresa multinacional como diretor financeiro. E como podemos já supor, não demora muito para que comece a desviar o dinheiro para uma conta-corrente particular. O problema é que a tal conta particular foi aberta em nome de Philip Morris sem que este soubesse, e assim não tarda para que os dois acabam novamente retornem para trás das grades.

O interessante de todo este enredo é que, por mais absurdo que pareça ser, é uma história baseada em fatos reais, e talvez em virtude disso é que muitas das polêmicas tenham sido gestadas.

Muitos a que assistiram ao filme pode ser que não tenham gostado devido ao fato de ser baseado em uma história real dramática e o filme assumir claramente feições de comédia escrachada com tons extremamente caricatos do homossexualismo masculino.

Como o filme trata de uma questão ainda tabu em nossa sociedade, por mais que as pessoas digam não serem preconceituosas, elas ainda não estão habituadas a uma temática tão delicada e muito menos preparadas para ver na tela uma cena de sexo entre dois homens ou até mesmo ver os inúmeros beijos gays trocados entre Jim Carrey e Ewan McGregor ao longo do filme. E nem precisa ser homofóbico para sair da sala de cinema ao se deparar com cenas como as descritas. Basta ter apego à tradição.

No entanto, vale ressaltar que por mais que haja tons de caricatura e deboche em relação aos homossexuais, a direção do filme é segura e a dupla de atores protagonista bem corajosa ao aceitar interpretar os seus respectivos papéis, o que fazem, aliás, com muita competência.

Ewan McGregor está mais contido em sua composição de gay e, ao mesmo tempo, muito mais afetado e delicado. Já Jim Carrey, apesar de ser um grande ator, como sempre exagera em suas caras e bocas, mas não compromete, e dá até uma leveza num tema considerado para lá de árduo. Também é digna de nota a participação do ator brasileiro Rodrigo Santoro, que apesar de fazer um pequeno papel, é importante para o desenrolar da trama.

Podemos então dizer que o filme retrata um drama pessoal, mas com matizes coloridos, e queira sensibilizar as pessoas não através do choro, das lágrimas, mas sim através do riso, da gargalhada, da alegria.

E quem quiser descobrir o que de fato aconteceu com o verdadeiro Steven Russel... Corra à locadora mais próxima.

Juliano Vieira

domingo, 16 de janeiro de 2011

A agenda.


Nunca fui muito fã de utilizar agendas porque eu não tenho paciência para consultá-las, nem mesmo para ficar descrevendo nelas os meus compromissos do dia a dia. Contudo, no final do ano passado, ganhei uma pequena agenda, daquelas bem simples, produzida pelo Curso Objetivo.

Como muitas agendas por aí, ela informa os dias comemorativos, como por exemplo, hoje 16 de janeiro é o dia do cortador de cana de açúcar. Será que alguém sabia disso? Será que os cortadores de cana de açúcar não poderiam requerer uma folga para comemorar o seu dia?

Outra coisa interessante, e isto eu suponho que também deva existir na maioria das agendas em circulação pelo país, é a frase de reflexão para cada dia do ano... a de hoje é a seguinte: SINTONIZEM O AMOR QUE TEM DENTRO DE VOCÊS, É A ENERGIA MAIS FORTE QUE EXISTE.


E para mim, o fato de haver essas frases reflexivas diárias vai me ajudar muito, pois como professor, costumo colocar frases na lousa no início de cada aula. Muitas delas servem como epígrafe para o assunto que será abordado, e a maioria delas são frases literárias pinçadas de grandes autores, e como sempre é bom diversificar, frases da agenda (muitas consideradas de autoajuda) também podem colaborar nessa diversidade.
Enfim... decidi que esse ano eu usarei a agenda... não só para pegar as tais frases mas também para organizar meus compromissos, pois em relação a eles, eu sou muito dispersivo, nunca sei o que tenho que fazer, a ordem das prioridades e fazendo dela uso esse ano, poderei melhor me controlar.


Agenda 2011 - aí vou eu...


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

defesa de monografia.






















Depois de anos de luta e muito sacrifício, a minha esposa Julita, finalmente, defendeu a sua monografia na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo. Apesar de todo o nervosismo que este tipo de situação envolve, ela conseguiu tirar de letra (mesmo que durante os ensaios ou durante o processo de escrita do trabalho não tenha achado isso).

A sua monografia versou sobre o seguinte tema 'mulheres no sistema prisional', e foi intitulada A ABORDAGEM DA MULHER NO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO DIANTE DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL - LEI N.7210 DE 11 DE JULHO DE 1984 e teve orientação do Prof. Dr. Tailson Pires Costa. A monografia obteve a média 9,0.

A banca examinadora foi composta pela prof. mestranda em direito penal, Cláudia Cruz, formada pela própria Faculdade de Direito de São Bernardo e pela Prof. Dra. Carmela Dell Isola, com quem minha esposa disse ter tido a honra de ser sua aluna na disciplina Teoria Geral do Processo.

As perguntas formuladas pela banca foram muito bem respondidas e debatidas por minha esposa, principalmente aquelas feitas pela professora Cláudia Cruz, e ao meu modo de entender, tenho para mim que sua nota quase máxima foi muito mais devido à segurança de suas respostas do que propriamente pela exposição oral inicial.

Após a deliberação dos componentes da banca e o consequente anúncio da média final, minha esposa não cabia em si de emoção, afinal, foram muitos percalços para que ela chegasse até aquele momento.

E como não poderia deixar de ser, toda aprovação merece uma comemoração. Combinamos então de ir a uma churrascaria, mas o preço do rodízio estava 40,00 reais por pessoa. ( o bolso anda curto) e trocamos então por um rodízio de pizza (muito mais em conta) conforme vocês podem observar nas fotos que ilustram esse texto.

Minha esposa tem agora inúmeros projetos e nem ela mesma sabe por onde começar. Prestar o exame da OAB, concursos públicos, concursos de monografias promovidos pela OAB-SP e graças ao seu total empenho ela pode agora de fato planejar mil coisas dentro de sua área profissional, já que agora é uma bacharel, ou poderia dizer Dra. Julita?.

Como é modesta, ela diz que não chegaria até aqui se não fosse a colaboração e o apoio de inúmeras pessoas. (mas eu gosto de contrariá-la) E por isso eu digo que o mérito é todo dela, já que foi ela quem estava lá sob o olhar de três inquisidores sendo avaliada e tendo que se virar nos 15.( tempo máximo de apresentação).

Parabéns Julita... por mais esta vitória alcançada em sua vida... Demorou, mas veio com louvor coroar sua dedicação.

Juliano
12.01.2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cebola jovem edição especial


Galera, fiz ontem a leitura desta edição especial e mais tarde vou escrever um pouco sobre o que achei desta obra comemorativa para compartilhar com vocês um pouco a minha decepção... Sim, decepção... e olha que é muito difícil eu me decepcionar com algum produto que saia dos estúdios Mauricio de Sousa, mas enfim, nada é cem por cento sempre.



14h. dia 11.01.2011








Conforme prometido, aqui estou eu para fazer a análise desta edição comemorativa Cebola Jovem Especial ed.1.


É inegável que os cinquenta anos da criação do Cebolinha merecia uma edição especial até mesmo com a publicação de sua versão jovem em estilo mangá (mesmo que em formato colorido, que agrada muito às crianças), no entanto, a história criada para a ocasião, O grande prêmio, a meu modo de ver, é que deixou a desejar. E começo a relatar alguns pontos dentro do enredo em si.

Primeiro... acho que a maioria dos fãs já devem estar saturados com sagas espaciais em que a turminha tem que salvar o universo ou o Planeta Terra de uma destruição maligna ou de evitar que os humanos se tornem escravos dos alienígenas.

Segundo, os lugares-comuns têm se tornado uma constante, e por conta disso, não há mais surpresas na leitura...Basta verificar o que acontece com o personagem Xaveco, que tinha tudo para ganhar a corrida disputada no vídeo-game virtual e que por um acesso de "burrice" ou "ingenuidade" acaba sendo derrotado. (característica já consagrada do personagem, aquele que só se dá mal, seja lá qual forem as circunstâncias).

Terceiro, a história se revela muito óbvia em sua narrativa... logo na primeira aparição, já dá para perceber que a personagem Alandria faz o tipo "femme fatale" de filmes "noirs" e que ela acabaria sendo desmascarada como a vilã da história. Até mesmo o seu nome aponta para esse desfecho, pois Alandria é praticamente um anagrama da palavra "malandra", e a personagem para se dar bem na corrida na qual o Cebolinha é obrigado a disputar usa de diversos artifícios para convencê-lo de que o corredor Xeno é o grande bandido da prova espacial, ou seja, uma verdadeira malandra.

Quarto... talvez por esta edição contar com apenas 90 páginas além das 120 habituais utilizadas no Turma da Mônica Jovem mangá, edições seriadas, algumas situações ficaram muito mal resolvidas, como por exemplo, o corredor Xeno ter umia fisionomia idêntica à do Xaveco. Poder-se-ia esmiúçar outros pontos que a história apresenta falhas, mas aí já seria procurar pelo em ovo...e quem gosta de ler os gibis apenas para se divertir pouco se importa com pequenas falhas narrativas, porque o que vale de fato são as boas gargalhadas.

E, mais do que qualquer falha, o que importa é terem criado essa edição comemorativa para o deleite dos amantes da turma da Mônica, e principalmente para os fãs do Cebolinha.


0:50 12.01.2011
Juliano

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Experiência de Leitura de História em Quadrinhos


Muitos ainda dizem que a leitura de histórias em quadrinhos afasta as crianças da literatura canônica, dos bons livros, dos clássicos consagrados, enfim, apresentam um discurso completamente apocalíptico sobre o fato de os jovens não se interessarem mais por leitura e muitas vezes culpam as histórias em quadrinhos que esses jovens liam quando crianças.

Felizmente, esse discurso equivocado embora ainda existente tem diminuído bastante, e o preconceito outrora sofrido pelas HQ's já não é tão impactante assim. Basta olhar e ver as inúmeras dissertações e teses que vêm sendo feitas sobre sua linguagem no meio acadêmico, que era o meio por excelência desse discurso preconceituoso que se fazia expandir na sociedade.

Como não pretendo escrever um artigo científico sobre leitura de histórias em quadrinhos e sim compartilhar a minha experiência de leitura em relação a esse gênero não me estenderei mais no aspecto histórico que fundamentou e ainda fundamenta (em alguns casos) essa difamação que os quadrinhos sofrem por total desconhecimento das pessoas em relação à linguagem empregada por eles. (quadrinhos).

Aprendi a ler por volta de cinco ou seis anos de idade, e é inegável que os quadrinhos contribuíram para que eu me tornasse o bom leitor que hoje sou. Lembro-me muito bem dos inúmeros gibis da Turma da Mônica que minha mãe comprava para mim, além de comprar gibis do Recruta Zero para que eu tomasse gosto pela leitura... e de fato tomei, e hoje tenho um carinho especial, especialmente pelo gibis da turminha criada pelo Mauricio de Sousa e mesmo depois de adulto, continuo comprando e fazendo uma imensa coleção, inclusive com todas as edições especiais lançadas para que meu filho um dia possa usufruir desse mesmo prazer que eu sinto ao realizar estas leituras.

Claro que com a maturidade adquirida pelo tempo, passei a ler outros tipos de quadrinhos, como por exemplo, as graphic novels produzidas por Frank Miller, Will Eisner e Alan Moore, só para citar três nomes dos mais importantes da área, mas sem nunca abandonar aqueles que me formaram como leitor... Não tenho vergonha (como acho que muitos devem ter) de confessar que leio gibis da Mônica ou lê-los em lugares públicos. Além de aprendizagem, é uma ótima fonte de entretenimento, e todas as crianças deveriam tomar contato (se não podem comprar devido ao elevado preço de capa, que pelo menos possam ler nas bibliotecas das escolas onde estudam).

Enfim, minha experiência leitora, como puderam perceber, passa pelas revistinhas da Turma da Mônica na década de 80, que eu considero o auge das historinhas produzidas pelos estúdios MSP, mas a minha sorte é maior ainda porque se peguei o auge na década de 80 também particpei ativamente das leituras das revistinhas produzidas na década de 90 e nos primeiros anos do século XXI, sem contar que a produção da década de 60 e 70 que não conheci por não ser nascido, estou tendo a honra (assim como outros leitores assíduos) de conhecer devido ao lançamento das caixas históricas e diversos lançamentos especiais promovidos pela Editora Panini que promoveu um dos maiores sucessos editoriais do mercado de quadrinhos no Brasil nos últimos anos... A turma da Mônica Jovem.

Que a turminha então possa ainda existir por muito tempo e alegrar a vida de muitas outras crianças despertando o interesse delas para outros tipos de leituras assim como aconteceu comigo.

E para encerrar, a prova de que o discurso apocalíptico sobre o caráter destrutivo dos quadrinhos é completamente uma balela... basta ouvir as declarações dadas pelo ganhador na categoria poema das Olimpíadas de língua portuguesa no ano de 2010...( o menino Fábio Henrique Silva Anjos) que seu gosto pela leitura vem...
dos quadrinhos. *

*Conforme se lê no blog dos quadrinhos.

Juliano

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Retrospectiva do Cinema Nacional - melhores de 2005 (minhas escolhas)

Bom, como comecei a frequentar a Retrospectiva do Cinema Nacional apenas em 2005, neste post encerrarei meu exercício crítico de premiação particular das principais categorias artísticas daquele ano no cinema brasileiro.

MELHOR FILME: Cidade Baixa, de Sérgio Machado

MELHOR DOCUMENTÁRIO: Vinicius, de Miguel Faria Jr.

MELHOR ATOR: Lázaro Ramos por Meu tio matou um cara e Cidade Baixa.

MELHOR ATRIZ: Fernanda Torres por Casa de Areia

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Jonas Bloch por Cabra-cega

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Maria Flor por Quase dois Irmãos

MELHOR DIRETOR: Sérgio Machado por Cidade Baixa

Não percam a retrospectiva do cinema nacional em dezembro de 2011.

Juliano

Retrospectiva do Cinema Nacional - melhores de 2006 (minhas escolhas)

MELHOR FILME: Tapete Vermelho, de Luiz Alberto Pereira.

MELHOR DOCUMENTÁRIO: Estamira, de Marcos Prado

MELHOR ATOR: Matheus Nachtergaele por Tapete Vermelho.

MELHOR ATRIZ: Patricia Pilar por Zuzu Angel

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Antônio Calloni por Anjos do Sol

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Darlene Glória por Anjos do Sol

MELHOR DIRETOR: Cacá Diegues por O maior amor do mundo

Retrospectiva do Cinema Nacional - melhores de 2007 (minhas escolhas)

MELHOR FILME: Cão sem Dono, de Beto Brant e Renato Ciasca.

MELHOR DOCUMENTÁRIO: Fabricando Tom Zé, de Décio Matos Jr.

MELHOR ATOR: Júlio Andrade por Cão sem Dono

MELHOR ATRIZ: Leandra Leal por Nome Próprio

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Cássio Gabus Mendes por Batismo de Sangue

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Maria Luisa Mendonça por Querô.

MELHOR DIRETOR: Beto Brant por Cão sem Dono

Retrospectiva do Cinema Nacional - melhores de 2008 (minhas escolhas)

MELHOR FILME: Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas

MELHOR DOCUMENTÁRIO: Panair do Brasil, de Marco Altberg

MELHOR ATOR: João Miguel por Estômago

MELHOR ATRIZ: Cláudia Abreu por Os Desafinados.

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Babu Santana por Estômago

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Maria Clara Gueiros por Sexo com Amor

MELHOR DIRETOR: Walter Salles e Daniela Thomas por Linha de Passe

MENÇÃO HONROSA: Valsa para Bruno Stein, direção de Paulo Nascimento. Com Walmor Chagas, Ingra Liberato...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Despedida do Cine Belas Artes



Ao abrir o site do uol hoje para ler as notícias do dia, deparei-me com uma triste notícia... Depois de uma longa novela que vinha se arrastando desde o ano passado, o Cine Belas Artes, em funcionamento desde 1943, vai fechar as portas.





O Cine Belas Artes vinha sofrendo com ameaça de fechamento desde março de 2010, quando o HSBC pôs fim ao patrocínio. O proprietário André Sturm, para que o cinema não encerrasse suas atividades, procurou novas empresas para estabelecer parceria e até conseguiu um novo apoio, comprometendo-se a pagar 65 mil reais de aluguel, segundo o que se pode ler no caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo. Mas, infelizmente o proprietário do imóvel, Flávio Maluf, o quer de volta para nele abrir uma loja e alega que o prazo que o cinema tinha para fechar um novo contrato expirou.

Assim sendo, a partir de fevereiro, um dos mais antigos e também um dos melhores cinemas de São Paulo devido a sua programação de qualidade a preços acessíveis, principalmente às segundas e às quartas (com exibição de inúmeros filmes do circuito alternativo) vai encerrar suas atividades.

Infelizmente, mais um capítulo negro na história de nossas boas salas de exibição.

Vamos acender uma vela... e esperar que o banco Unibanco nunca tire o patrocínio do seu espaço de cinema na Rua Augusta, senão seremos fadados a assistir filmes só em shoppings... e deixar nosso cérebro no guarda-volumes para retirá-lo na saída da sessão.

Ah, claro... Antes que feche de vez... vou até lá me despedir dele assistindo a pelo menos umas três sessões.

Juliano

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vange Milliet


Em 2001 fui ao show da cantora e compositora Vange Milliet desconhecida do grande público e que até aquele momento era completamente uma desconhecida para mim também.


Gostei tanto do show que resolvi comprar um cd, o segundo de sua carreira intitulado "Arrepiô" e fui até o camarim para que ela o autografasse.


Ao ler o encarte vi que algumas de suas composições eram em parceria com grandes nomes da cena musical alternativa da mpb, como por exemplo, Itamar Assumpção. O cd também apresenta algumas parcerias com Zeca Baleiro, e interpretações de uma canção de Tom Zé e uma maravilhosa interpretação de TININDO TRINCADO, um dos clássicos do grupo Novos Baianos.


Bem, hoje, por um acesso de nostalgia, resolvi escutar esse cd na íntegra, já que há muito não o escutava... e como me deleitei ao reouvir essas canções resolvi escrever esse post e sugerir a aqueles que não conhecem a obra dessa maravilhosa cantora possam se informar um pouco mais a respeito dela através de seu site oficial.
Juliano

A retrospectiva do Cinema Nacional - 2009

Como já havia dito em mensagem anterior, eu postaria aqui a minha premiação particular da Retrospectiva do Cinema Nacional de 2009. No entanto, não farei nehuma análise a respeito das minhas escolhas. Será apenas um exercício de reminiscências dos filmes que entraram em cartaz no ano de 2009.

MELHOR FILME: Budapeste, de Walter Carvalho

MELHOR DOCUMENTÁRIO: Titãs, A vida até parece uma festa, de Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves

MELHOR ATOR: Leonardo Medeiros por Feliz Natal e Budapeste

MELHOR ATRIZ: Maria de Medeiros por O contador de histórias

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Jackson Antunes por A festa da Menina Morta

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Luiza Mariani por Se nada mais der certo

MELHOR DIRETOR: Walter Carvalho por Budapeste.


Em outra ocasião postarei as minhas escolhas dos melhores da Retrospectiva do Cinema Nacional de 2008

E viva o Cinema... E quem não assistiu a esses filmes e aos trabalhos desses profissionais, ainda há tempo, pois todos os filmes já existem em dvd.

Juliano

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Concisão

A prova de que um bom texto não precisa ter necessariamente trezentas páginas é o microconto de Bibiana Silveira da Pieve, do Rio de Janeiro, ganhador do primeiro lugar no concurso microcontos pelo twitter, promovido pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Reproduzo aqui o microconto para que vocês possam tirar a própria conclusão sobre o poder de síntese e concisão da autora.

"Toda terça ia ao dentista e voltava ensolarada. Contaram ao marido sem a menor anestesia. Foi achada numa quarta, sumariamente anoitecida"

Bibiana Silveira da Pieve, Rio de Janeiro - RJ

Balanço de 2010

Mais um ano se passou e creio que o balanço é extremamente positivo... Depois de 4 anos e meio de namoro eu e Julita finalmente nos casamos... Vinícius nasceu e veio alegrar nossas vidas. Li muitos livros e gibis. Assisti a muitos filmes. Muitas aulas, fui orientador de TCC para o 3ano do Ensino médio no município de Santana de Parnaíba, entre outras atividades de menor relevância mas paradoxalmente não menos importantes.
Agora para 2011, espero transformar o Vinícius em um bom leitor, lendo para ele historinhas, levando-o ao cinema, fazendo-o ouvir músicas infantis, e que o ciclo continue... de pai para filho... he he he.
Juliano

Fim da retrospectiva do cinema nacional e a minha premiação particular

Encerrou-se hoje, dia 30 de dezembro, a retrospectiva do cinema nacional no Cinesesc. Ao todo foram contemplados 74 filmes. Infelizmente não pude assistir a todos, pois nas primeiras duas semanas ainda estava lecionando, mas mesmo assim, consegui ver a maioria deles. Dentre os filmes a que assisti concederei, em forma de exercício crítico, uma simbólica premiação dos melhores atores, filmes e diretor do ano. O último filme que vi na mostra foi Léo e Bia, de Oswaldo Montenegro, embora a última sessão da mostra fosse o filme de Silvio Tendler, Utopia e Barbárie, por uma questão de horário não fiquei para vê-lo.

LISTA DOS FILMES CONTEMPLADOS NA RETROSPECTIVA: 400 contra 1 - Uma história do crime organizado; 5x favela - Agora por nós mesmos; O abraço Corporativo; A alma do osso; O amor segundo B.Shianberg; Antes que o mundo acabe; B1-Tenório em Pequim; Bellini e o demônio; O bem amado; Br3 - a peça; Br3 - o documentário; Cabeça a prêmio; A casa verde; Caro Francis; Chico Xavier; Cidadão Boilesen; Cildo; Do começo ao Fim; Como esquecer; Crítico; Diário de Sintra; Doce de Coco; Dzi Croquettes; Elevado 3.5; Eliézer Batista - O engenheiro do Brasil; Embarque imediato; Entre a luz e a sombra; É proibido fumar; Eu e meu guarda-chuva; Os famosos e os duendes da morte; Federal; Fluídos; O grão; A guerra dos vizinhos; High School musical - o desafio; Histórias de amor duram apenas 90 minutos; O homem que engarrafava nuvens; Hotel Atlântico; Os inquilinos - os incomodados que se mudem; Insolação; Jards Macalé - Um morcego na porta principal; Léo e Biá; Lula, o filho do Brasil; As melhores coisas do mundo; No meio do mundo; No meu lugar; Nosso lar; Ouro negro; Pachamama; Plastic City - A cidade de plástico; Praça Sans Penã; Programa Casé - o que a gente não inventa não existe; Quincas Berro d' água; Reflexões de um liquidificador; Rita Cadillac, a lady do povo; Segurança nacional; Sem fio; Soberano, 6x São Paulo; Só dez por cento é mentira; O sol do meio dia; Solo; Sonhos roubados; Som e fúria - o filme; Ao Sul de Setembro; A suprema felicidade; Terras; Terra deu, terra come; Em teu nome; Topografia de um desnudo; Tropa de elite 2 - O inimigo agora é outro; Uma noite em 67; Utopia e Barbárie; Viajo porque preciso, volto porque te amo; Xuxa em O mistério da Feiurinha.

Com vocês, agora, a premiação, com pequenas explicações que me motivaram a tais escolhas.

MELHOR FILME: A suprema felicidade, de Arnaldo Jabor.
Embora a preferência da maioria das pessoas recaiam sobre Tropa de Elite 2, de José Padilha, que de fato é uma obra-prima muito bem conduzida por seu diretor, o filme de Jabor apresenta um lado muito mais poético, mais lúdico ao retratar a sociedade brasileira dos anos 40, 50 e início dos anos 60. Não que eu também não tenha achado Tropa de Elite 2 um excelente filme, mas minha escolha se deve ao fato de que temáticas mais amenas me agradam mais que temáticas que abordem com veemência as questões político-sociais-econômicas.

MELHOR DOCUMENTÁRIO: DZI CROQUETTES, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez.
O documentário Dzi Croquettes se insere na categoria dos bons filmes do gênero que vêm surgindo nos últimos anos. E particularmente este filme me tocou porque faz uma reflexão sobre a memória cultural ao resgatar um grupo formado por homens que se travestiam de mulheres em espetáculos musicais e cômicos, satirizando escancaradamente os ideiais de família e bons costumes e ainda assim driblando toda a censura da época. Esse resgate cultural do grupo foi muito benvindo, sobretudo se levarmos em consideração que a maioria das pessoas da minha geração nunca tinham ouvido falar da trupe. E conforme alguns depoimentos, a história do grupo não se finda com a separação dos seus componentes, já que seus integrantes influenciaram diretamente o gênero de teatro que viria a se consagrar depois como Teatro Besteirol, ao qual tenho o maior apreço.

MELHOR ATOR: Marco Nanini, A suprema Felicidade.
Marco Nanini é um ator que dispensa comentários, visto que praticamente todos os conhecem de seus trabalhos na tv ou no teatro. Nanini é um ator que consegue transitar entre o humor e o drama em uma questão de segundos, e sua performance como o avô-coruja do protagonista do filme de Jabor é de fazer os olhos encherem de lágrimas, sobretudo nas últimas cenas do filme, em que a personagem é acometida por uma doença que o faz perder a memória gradativamente.

MELHOR ATRIZ: Ana Lúcia Torre, Reflexões de um liquidificador.
Ana Lúcia faz praticamente um monólogo neste filme, já que contracena a maior parte do tempo com um liquidificador (voz de Selton Melo). O filme que apresenta um humor negro de fato hilariante, de certa forma, funciona devido ao timing de humor que Ana Lucia empresta a sua personagem, Elvira, que assassina o marido e o esquarteja para triturá-lo no liquidificador, e assim eliminar todas as provas que possam se voltar contra ela.

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Irandhir Santos, Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro
Ator que vem se destacando em outras produções cinematográficas, como Quincas Berro d'água e a voz narrativa de Zé Renato, no documentário Viajo porque preciso, volto porque te amo, Irandhir Santos compõe um professor universitário e também funcionário do grupo ligado aos direitos humanos no Rio de Janeiro de forma extremamente competente, chegando às vezes a rivalizar com Wagner Moura no quesito boa atuação, e todas as nuances de seu personagem, nos diversos espaços sociais em quais circula, família, universidade, congresso (pois é eleito deputado), são compostas de modo a eliminar toda a caricatura fácil que esse tipo de personagem ensejaria.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Caroline Guedes, Antes que o mundo acabe.
A atriz mirim que vive a irmã do protagonista do filme Antes que o mundo acabe e que funciona como uma espécie de diretora e narradora do filme interpreta sua personagem de forma extremamente sensível e sem vícios de atuação justamente pelo fato de ainda ser uma criança. E a criança personagem ao mesmo tempo que se mostra amorosa pode se mostrar com raiva mortal devido às atitudes pueris do seu irmão adolescente.

MELHOR DIREÇÃO: Ana Luiza Azevedo
Por mais que ser bom diretor (a) seja o fato de delegar poderes a outros técnicos sem no entanto perder o pulso firme (como diria o meu amigo Carlos Taira), creio que Ana Luisa foi uma boa diretora não somente porque fez um bom filme, mas porque teve que dirigir crianças e adolescentes, que sem sombra de dúvidas, exige maior dedicação, pois ao mesmo tempo em que eles não têm o vício de atuação também não apresentam experiência diante das câmeras. Nesse sentido, Lais Bodansky também merece uma menção honrosa por As melhores coisas do mundo e Sandra Werneck por Sonhos Roubados.

OUTRAS MENÇÕES HONROSAS.

Diretor: José Padilha, Tropa de Elite 2, o Inimigo agora é outro.
Ator: Chico Diaz, Praça Sans Penã e O sol do meio dia
Ator coadjuvante: Murilo Rosa, Como esquecer
Atriz: Nanda Costa, Sonhos Roubados
Atriz coadjuvante: Glória Pires, Lula, o filho do Brasil

FILMES: Como esquecer; Léo e Bia, Praça Sans Penã, Tropa de elite 2, o inimigo agora é outro, Reflexões de um liquidificador; Ao sul de setembro.

DOCUMENTÁRIOS: Caro Francis; Só dez por cento é mentira; Cidadão Boilesen; Entre a luz e a sombra.

Eis as escolhas para esse ano.

No próximo post, de forma retroativa vou colocar os melhores do ano 2009, mas sem no entanto fazer uma análise das minhas escolhas.

Juliano

Pretensão de resenhas

No dia 28 de dezembro de 2010 vi três filmes na Retrospectiva do Cinema Nacional... Segurança Nacional, de Roberto Carminati; Pachamama, de Eryk Rocha e Ouro Negro, de Isa Albuquerque.
Pretendo escrever sobre os dois filmes ficcionais, o de Carminati, que aborda a criaçao do Sivam para defesa do espaço brasileiro, e o de Isa Albuquerque, embora o filme desta diretora seja baseado em fatos reais ocorridos nos anos 30 sobre o monopólio petrolífero.
Pachamama passarei ao largo porque é um documentário que serve para colocar o sono atrasado em dia. Não é tão monótono quanto o filme Intervalo Clandestino, do mesmo diretor, mas mesmo assim prima em demasia em aspectos enfadonhos ao entrevistar bolivianos e peruanos com ascendência aymara na triplíce fronteira Brasil, Peru e Bolívia. Bem... Deixei aí postado a capa do minicatálogo da mostra. A capa original é amarela, mas fiz um efeito de scanner e a deixei preto e branco, só para diversificar.
bem... Como está tarde... escreverei as resenhas com as quais me comprometi outro dia... mas espero não demorar muito, senão o frescor dos filmes sairá de minha memória.

Retrospectiva do Cinema Nacional

Como já é tradição, todo final de ano, mês de dezembro, o Cinesesc promove a Retrospectiva do Cinema Nacional, para que os amantes do cinema brasileiro possam ver ou rever toda a produção do período do ano que passou. Como um amador da sétima arte, cometo a loucura de ficar até cinco sessões diárias quando posso. E quase sempre eu posso. Até mesmo porque muitos dos filmes jamais passarão novamente diante das retinas de ninguém tal a raridade de alguns títulos. Por exemplo, quem perder este ano filmes tais como Hotel Atlântico, de Suzana Amaral ou Praça Sans Penã, de Vinicius Reis, dificilmente conseguirão vê-los, a não ser que por uma sorte muito grande eles acabem por entrar em alguma outra mostra de modo que as pessoas que não conseguiram assistir não marquem novamente bobeira. Ao final da mostra, postarei aqui minhas indicações para melhor filme de ficção, melhor documentário, melhor ator e melhor ator coadjuvante, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, melhor direção. Também contemplarei essas indicações desde o ano de 2005, visto que guardo todos os catálogos e ingressos dos filmes a que assisti durante esses cinco anos decorridos.

Até o próxmo post.

Impressões

Olá...

Há muito tempo vinha tendo a intenção de criar um blog onde pudesse registrar minhas impressões sobre filmes e peças de teatro a que assisto, livros que leio, músicas que ouço, enfim, um registro sobre as minhas atividades culturais, resenhas, crônicas, contos, poemas e outros gatafunhos... isto é, rascunhos, esboços de textos, não importando o gênero. Desse modo, pretendo partilhar um pouco dessa minha agitada vida cultural paulistana.

Juliano

Mudança de Blog.

Galera...

Depois de testar por uma semana o espaço de blog do UOL, resolvi trocar pelo gmail devido a configurações mais avançadas que este provedor apresenta nas páginas blogueiras. Mas, não se preocupem, tudo que foi postado no blog www.gatafunhosculturais.zip.net será aqui reproduzido e o objetivo das postagens permanece o mesmo.

Juliano